sexta-feira, 30 de maio de 2008

Se ao menos Platão soubesse

Balconista - Bom dia.
Cliente - Bom dia.
(4 segundos de silêncio depois...)
B - Diga, por favor, o que deseja?
C - Então, venho buscar o que o senhor sabe. O... o... creme.
B - O que eu sei? Não, não me lembro de falar com o senhor. Tem a certeza que foi comigo?
C - Tenho, pois. O senhor falou com a minha esposa. Por causa do creme dos coisos... dos... dos ossos.
B - Ah, sim. Já o tenho aqui. Falei com a sua esposa ontem. Não sabia que o senhor era o seu marido.
C - Mas, não sabe quem eu sou?
B - Não.
C - Ah, mas então o senhor não é daqui. É de cá?
B - Sou sim. Desde que nasci que moro aqui. Estive fora uns anos mas sempre morei aqui.
C - O senhor é de onde, então? Quem são os seus pais?
B - Eu sou de (...) e o meu pai era (...) . Conhece?
C - Sim, conheci. Eu sou (...). Moro ali (...), perto de (...), depois de (...). Está a ver?
B - Sim..., mais ou menos.
C - Ali (voz um pouco mais alta), quem vai para ..., depois da curva tem um caminho e é só subir.
B - (Mentindo) Ah, sim. Claro. Sei, sei. Pronto. Está aqui o creme? Precisa de mais alguma coisa?
C - Pois, é aí que eu moro. E sou o (diz nome com alcunha).
B - Ah, pronto então.
C - É isso. Eu sou esse. Já sabe quem eu sou?
B - (rindo). Agora sim. É esposo dessa senhora e mora em (...) e chama-se (...).

O resto da conversa foi, essencialmente, eu a tentar despachá-lo da loja para fora.

0 coiso(s):