quarta-feira, 4 de junho de 2008

Entre Contemporâneos

Já se tornou um hábito meu, às segundas-feiras, passar com mais frequência pelo blog de Nuno Markl para acompanhar a continuação da saga d`”Os Contemporâneos”. Serve, o dito blog, como livro de reclamação dos espectadores sobre o programa do dia anterior. Comenta-se os sketches, as piadas, o desempenho dos actores, por aí fora. E, com alguma sorte, encontramos, com um fabuloso “fair play”, o próprio Nuno Markl a comentar os comentários do seu blog. Dois exemplos:
___________________________________________________________________
«Ooops! O melhor episódio? Então passa-se algo com a TV Cabo, porque o que eu vi foi o mais chato e sem piada até à data...
Anónimo 02.Jun.2008 09:48 responder a comentário

-Sim, mas tu és pateta.
Nuno Markl 02.Jun.2008 10:07 responder a comentário»


«E há-de ser sempre assim, o próximo será sempre melhor do que o anterior. Já agora quantos episódios terá a temporada dos contemporâneos?
Anónimo 02.Jun.2008 00:40 responder a comentário

-13. E o último será a melhor coisa de humor que já se viu em todo o universo.
Nuno Markl 02.Jun.2008 10:08 responder a comentário»
___________________________________________________________________

De facto, o novo programa de comédia da RTP conseguiu desmistificar o conceito de humor enquanto produto de massas para servir à hora de jantar sem dar a volta às tripas de ninguém. Tal como a comida sem sal, o humor servido desta maneira fica triste e insosso. É óbvio que, não sendo um programa para consensos alargados, quer pelo tipo de textos representados, quer pelas piadas "limite" que o Bruno Nogueira magistralmente monopolizou neste país, gera empatias e ódios de estimação e isso já faz d`"Os contemporâneos" um programa com o seu lugar na memória do humor em Portugal.



Eu, pecador me confesso. Habituado desde novo, tal como (quase) toda a minha geração, a ver humor britânico, lembrando Monty Python, Allo Allo, Blackadder (com a participação fenomenal de Hugh Laurie), Mr. Bean, entre tantos outros, só posso dar gargalhadas a ver este programa. Só a sua subtileza, a inexistência da punch line , a ironia disfarçada no politicamente correcto ou, ainda, o simplesmente absurdo (lembrem-se dos tocadores de acordeão), fazem-me suportar "As escolhas a Martelo" (Contra-Informação, voltem!!) para não perder o início do programa. Ámen.

0 coiso(s):